quinta-feira, 26 de abril de 2012

Ricardo Reis



Heterónimo de Fernando Pessoa um poeta clássico que nasceu no Porto (1887), foi educado num colégio de jesuítas e viveu no Brasil. Crê nos deuses e nas presenças quase divinas que habitam todas as coisas, recorrendo à mitologia greco-latina. Era um médico que escrevia suas obras com simetria e harmonia. O bucolismo estava presente em suas poesias. Era um defensor da monarquia e demonstrava grande interesse pela cultura latina.
Os princípios dele eram:
- Aproveitai a vida em cada dia, como caminho da felicidade;
- Buscar a felicidade com tranqüilidade;
- Não ceder aos impulsos dos instintos;
- Procurar a calma, ou pelo menos, a sua ilusão;
- Seguir o ideal ético da apatia que permite a ausência da paixão e a liberdade;
Junto com Ricardo Reis havia outro heterônimo de Fernando Pessoa, o Álvaro de Campos. Era um engenheiro português de educação inglesa. Influenciado pelo simbolismo e futurismo, apresentava certo niilismo em suas obras. 
Fernando usou em suas obras diversas autorias. Usou seu próprio nome (ortônimo) para assinar várias obras e pseudônimos (heterônimos) para assinar outras. Os heterônimos de Fernando Pessoa tinham personalidade própria e características literárias diferenciadas que eram o Ricardo Ris e o Álvaro de Campos.

CARACTERÍSTICAS ESTILÍSTICAS
-   Submissão da expressão ao conteúdo: a uma idéia perfeita corresponde uma expressão perfeita
-   Estrofes regulares de verso decassílabo alternadas ou não com hexassílabo
-   Verso branco
-   Recurso frequente à assonância, à rima interior e à aliteração.
-   Predomínio da subordinação
-   Uso frequente do hipérbato
-   Uso frequente do gerúndio e do imperativo
-   Uso de latinismos (astro, ínfero, insciente...)
-   Metáforas, eufemismos, comparações, imagens.
Estilo construído com muito rigor e muito denso
- Classicismo erudito:
                        - precisão verbal
                        - recurso à mitologia (crença e culto aos deuses)
                        - princípios de moral e da estética epicurista e estóica
                        - tranquila resignação ao destino
- Poeta Intelectual, sabe contemplar: ver intelectualmente a realidade
- Aceita a relatividade e a fugacidade das coisas
- Verdadeira sabedoria da vida é viver de forma equilibrada e serena
- Características modernas no poeta: angústia e tristeza
- Linguagem e estilo:
- privilegia a ode, o epigrama e a elegia.
- usa a inversão da ordem lógica, favorecendo o ritmo das suas idéias disciplinadas.
- estilo densamente trabalhado, de sintaxe alatinada, hipérbatos, apóstrofes, metáforas, comparações, gerúndio e imperativo.
- verso irregular e decassilábico
“Reis procura simplesmente aderir ao momento presente, gozá-lo, sem nada mais pedir.”
*”epicurista triste”- (Carpe Diem)- busca do prazer moderado a da ataraxia;
*busca do prazer relativo;
*estoicismo – aceitação calma e serena da ordem das coisas;
*moralista – pretende levar os outros a adoptar a sua filosofia de vida;
*intelectualiza as emoções;
*temática da miséria da condição humana do FATUM (destino), da velhice, da irreversibilidade da morte e da efemeridade da vida, do tempo;
*espírito grave , ansioso de perfeição;
*aceitação do Fado, da ordem natural das coisas;
Na Linguagem:
*linguagem erudita alatinada, quer no vocabulário (latinismos), quer na construção de frase (hipérbato);
*preferência pela Ode de estilo Horácio;
*irregularidade métrica;
*gosto pelo gerúndio;
*uso frequente do imperativo;
*estilo laboriosamente trabalhado; elegante; pesado;
*importância dada ao ritmo;

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