Tipos de rima
Classificação quanto a | Tipos de rima |
Posição no Verso | Interna ou externa |
Semelhança de letras | Consoantes – rimam consoantes e vogais |
Distribuição ao longo do poema | Cruzadas – ABABAB |
Categoria gramatical | Pobres (mesma categoria gramatical) |
Extensão dos sons que rimam | Pobres (identidade da vogal tônica em |
Posição no verso
- Externa - Quando a rima aparece ao final do verso. É o tipo mais comum de rima.
Lembranças, que lembrais meu bem passado
Para que sinta mais o mal presente
Deixai-me se quereis viver contente
Não me deixeis morrer neste estado
(Lembranças, que lembrais meu bem passado, Thiago Augusto Cardoso da Silva)
Posição na estrofe
- Cruzada ou alternada: O primeiro verso rima com o terceiro, e o segundo com o quarto .
Minha desgraça não é ser poeta,
Nem na terra de amor não ter um eco,
É meu anjo de Deus, o meu planeta
Tratar-me como trata-se um boneco
(Minha Desgraça, Álvares de Azevedo)
- Interpolada ou intercalada: Frequentemente usada em sonetos, o primeiro verso rima com o quarto, e o segundo com o terceiro .
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco
(Psicologia de um Vencido, Augusto dos Anjos)
- Emparelhada: O primeiro verso rima com o segundo, e o terceiro com o quarto .
Aos que me dão lugar no bonde
e que conheço não sei de onde,
aos que me dizem terno adeus
sem que lhes saiba os nomes seus
(Obrigado, Carlos Drummond de Andrade)
- Encadeada ou internas: Quando rimam palavras que estão no fim do verso e no interior do verso seguinte:
Anjo sem pátria, branca fada errante,
Perto ou distante que de mim tu vás,
Há-de seguir-te uma saudade infinda,
Hebreia linda, que dormindo estás.
- Misturadas: Não tem ordem determinada entre as rimas.
A chuva chove mansamente... como um sono
Que tranqüilize, pacifique, resserene...
A chuva chove mansamente... Que abandono!
A chuva é a música de um poema de Verlaine...
E vem-me o sonho de uma véspera solene,
Em certo paço, já sem data e já sem dono...
Véspera triste como a noite, que envenene
...Num velho paço, muito longe, em terra estranha,
Com muita névoa pelos ombros da montanha...
Paço de imensos corredores espectrais,
Onde murmurem, velhos órgãos, árias mortas,
Enquanto o vento, estrepitando pelas portas,
Revira in-fólios, cancioneiros e missais
(A Chuva Chove, Cecília Meireles)
- Versos brancos ou soltos: São os versos que não tem rima
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada
(Rosa de Hiroshima, Vinícius de Moraes)
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